sexta-feira, 23 de abril de 2010

Informações da manifestação e agressões sofridas pelos ativistas pelos direitos dos animais na "puxada" em Pomerode dia 18.04.2010

Os ativistas Ana Lúcia e Giovana da Organização Bem Animal e Halem Guerra do Instituto Ambiental Ecosul também representando a WSPA-Soc. Mundial de Proteção Animal, chegaram em Pomerode no local da concentração, na estrada que levava às puxadas e distante uns 3 kms. do evento, em torno de 11 horas de domingo, dia 18.04.2010. Já estavam no local voluntários da ApraBlu e AMA Bichos.
Pelo local transitavam todos os participantes do evento e o clima já era tenso, devido ao perceptível grau de alcoolismo e às agressões verbais e ameaças proferidas pelos mesmos aos manifestantes.
Rosália, presidente da AMA Bichos ligou por 3 vezes para a Policia Militar solicitando pelo menos uma viatura para garantir a segurança da manifestação, tendo recebido a promessa de comparecimento que não foi cumprida.

Em frente à concentração dos manifestantes era o local de descarga dos animais, onde os cavalos desciam dos caminhões e eram levados até o local as provas.

Às 12 horas os ativistas decidiram ir almoçar e retornar às 14 horas, quando as provas recomeçariam. Como havia sido decidido que a manifestação da tarde iria ocorrer no local do evento, foi orientado que todo os veículos fossem estacionados de frente para a saída, para a eventualidade de uma retirada estratégica, pois os participantes das puxadas já estariam alterados pela bebida ingerida desde a manhã e no almoço.

às 14 horas, 5 veículos dos ativistas chegaram ao Clube do Cavalo e 15 manifestantes se posicionaram com faixas e banners contra as puxadas no lado oposto da rua, de frente para o evento com uma mordaça preta na boca, simbolizando que não haveria nem o revide verbal às ofensas recebidas.
No local já estavam 2 equipes das TVs Barriga verde e RIC Record.

Me dirigi ao lado oposto, próximo e de costas para as puxadas e iniciei o registro fotográfico da manifestação, quando comecei a ouvir gritos de "vão embora", "vão apanhar", "vão catar cachorro na rua", "mal amadas", "desocupados", etc. Me virei e percebi que todos os em torno de 200 participantes estavam de costas para as puxadas e de frente para nós, em pé de guerra. Um mais agitado saiu correndo em direção a uma residência gritando que ia "buscar a arma" e os demais bradavam "agora vai", "atira, atira" e o alvoroço se intensificou. Aquele retornou com a mão direita para trás da cintura e foi o primeiro a começar as agressões com ovos podres e depois com pedras. `

Neste momento, outros em torno de 50 participantes vieram para cima dos manifestantes, os demais incentivavam as agressões e ocorreu aquilo que está registrado nas fotos e nas filmagens. Ao mesmo tempo que eu falava "calma, calma, sem violência, é pacífico" e um dos agressores gritava, "não bate em mulher, em mulher não", aquele que dizia ter ido buscar a arma e liderava a pancadaria gritava, "tem que bater em todo mundo, não deixa ninguém escapar".

Logo percebi sangue no chão e os manifestantes correndo em direção aos veículos abaixo de pedradas, pauladas, rasteiras, socos e pontapés. Os agressores ainda tentaram bloquear a saída dos veículos com um caminhão e motos, o que teria sido mais trágico, mas não houve tempo.

De repente ouvi alguém falar atrás de mim "este aí também tá". Como estava com uma camisa pólo apenas com uma logo discreta do Ecosul no lado esquerdo do peito e minha máquina fotográfica na mão, falei "calma, porque a agressividade?, sou da imprensa" e um respondeu, "mas não tem nada que tá aqui fotografando". Saí andando no meio do tumulto e um deles me empurrou por trás com o pé e me deu um tapa nas costas.
O que sem dúvida me salvou foi que o mesmo que me interpelou viu o cinegrafista da TVBV Luiz Deluca com aquela enorme câmera no ombro e gritou "olha lá, tá filmando, bate, tira a câmera, quebra a câmera", uns 20 partiram para cima do rapaz que foi massacrado e teve a câmera quebrada e retida.

Todo o pesadelo durou em torno de 20 minutos.

Fui até o carro da TVBV a avisei dois outros repórteres para darem uma ré e tirarem o Luiz de lá, pois ia ser morto. Uns 5 minutos após, quando caminhava em direção oposta ao evento, ouvi um veículo vindo. Era o carro da TVBV já com o cinegrafista dentro e me deram uma carona até o posto de combustível, onde já se encontravam os demais, socorrendo os feridos. O cinegrafista Luiz Deluca insistia em retornar para resgatar a câmera ou pelo menos a fita, mas o convencemos a esperar a chegada da ambulância para ser atendido e da polícia.

As parceiras Ana Lúcia e Giovana da OBA Floripa antes do almoço foram procurar um terminal bancário com o veículo onde estavam os banners da sua organização, do Ecosul e da WSPA e minha camiseta preta com as logos da WSPA e do Ecosul e os dizeres "Para mim os animais importam". Almoçaram em outro lugar, não retornando junto com o grupo e nem a tempo de estarem no inicio da manifestação às 14 horas, o que certamente lhes salvou de serem feridas e a mim também, por não estar segurando os banners e tampouco com a camisa preta mais ostensiva.

Muito mais do que uma agressão a pacifistas, a ambientalistas ativistas pelos direitos dos animais, a cidadãos que lutam em alto nível por um planeta mais justo, equilibrado e pacífico para animais humanos e não humanos, o que ocorreu em Pomerode no dia 18 de abril de 2010, foi a tentativa de sufocar, de intimidar e de linchamento de um movimento que por sua postura e ações só se fortalece, recebe apoio, estímulo e adeptos para prosseguir nesta nobre missão de combater a violência em todas as suas manifestações.

Aos heróicos companheiros covardemente feridos, toda a nossa solidariedade, respeito a admiração. Certamente, seus sangues não terão sido derramados em vão.

Instituto Ambiental ECOSUL
Rede Catarinense de Solidariedade aos Animais

2 comentários:

sindrominha disse...

oi gostaria que conhecesse o meu blog contra testes em animais, agradeço desde já a visita, obrigado.

Jean disse...

Olá, absurdo o ocorrido em Pomerode, lamentável que um povo tão pacífico e gentil tenha que conviver com a vizinhança daquele bando de bebões e covardes. Assisti as cenas do protesto silencioso, democrático, coisa que aquele bando de covarde desonhecem, não aceitam as leis do pais que vivem. Analisando o caso, o protesto naquele local, mesmo tendo sido feito em uma via pública deveria tê-lo sido com proteção policial sob pedidos das ongs existentes, ou então, sugiro que, em uma próxima, devemos ir
( faço questão de participar) disfarçados como observadores e prestigiadores de tais eventos ( farra do boi, puxada de cavalos, rinha de galos e caês), para filmar os agressores em ação afim de garantir a identificação para uma queixa crime, e depois, além de uma denúncia bem elaborada ao Ministério Público,OBSERVE-SE, somente a ele, pois em delegacia os comissários ficam tirando o cidadão pra idiota na hora de elaborar a queixa, além dos delegados que cansados com todo o trabalho policial a se feito, não dão importãncia a tais queixas, omitindo-se das suas obrigações; Após a queixa ao MP, sugiro ENTÃO QUE DAÍ sejam feitos os protestos em locais públicos, defronte as prefeituras, Fórum, Câmara de vereadores, com a indicação da imprensa para garantir o destaque e importância a agressão cometida.

De minha nota pessoal, quero transmitir para aquele senhor de chapéu, que estava com uma caixa jogando ovos e pedras, e que veio a chutar depois a Sra. Bárbara, inclusive logo após dando entrevistas ao rede de Tv RBS, dizendo que os manifestantes foram mexer em " ninho de pombo", que ele é um COVARDE, um descendente do povo alemão que não enaltece seu povo, ao contrário, denigre a imagem de seu povo como prejudicou com seus atos pessoais a imagem de uma cidade tão ordeira e tão feliz, um ser que merece ter que cumprir boas horas de trabalhos prestados a comunidade, e torço, que o coloquem a limpar esgotos, pois em minha opinião estaria no local certo, fétido e húmido, mergulhado com seus pés no lugar de escrementos, que ele é, ou então, que em um próximo evento, não faça de cavalos, faça ele mesmo o esforço, ou coloque a mãe dele pra puxar a dita zorra com uma tonelada de peso. Talvez, o dito senhor de sotaque alemão jaguara, pense um pouco mais.
Abraços a todos aqueles que defendem e lutam por justiça neste país, e em defesa por todos os animais , filhos de Deus, inclusive , os pobres cavalos.